Hoje tive o prazer de assistir um diálogo bastante interessante entre uma mãe e um filho. O miúdo não deve ter mais do que três anos e heis a conversa que desenrola, com um sotaque bem brasileiro, aquando da hora do almoço:
- Mãe: Filho você tem fome?
- Filho: Sim.
- Mãe: O que é que você quer comer?
... Após uns segundos de pausa e com uma cara bastante séria, o miúdo responde:
- SOPA!! (bem entoado)
... A mãe com uma cara mesclada de surpresa e orgulho, responde:
- Sopa filho?
- Filho: Sim.
...Eis que um senhor que estava ao pé atendendo a mãe, tenta apaziguar o miúdo:
- Calma, a mãe já vai aqui ao McDonald comprar-te um hamburguer.
...E o miúdo com uma cara já meio chateada, responde ao senhor:
- Não quero "MaciDonaltxi", quero sopa!!!!
Isso tudo, para abordar aqui um assunto - ou melhor dizendo, uma "epidemia" - bastante preocupante que tem vindo a assolar vários países, a Obesidade, em destaque a infantil.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade é uma doença, considerada crónica, em que o excesso de gordura acumulada no corpo pode atingir níveis prejudiciais à saúde. Entre os muitos problemas de saúde que a obesidade poderá causar estão a hipertensão arterial, diabetes, puberdade precoce e problemas ortopédicos. Para além de todas estas complicações físicas ainda existe a componente psicológica, que passa fundamentalmente pela baixa auto-estima e a descriminação.
A obesidade infantil está assente em várias causas, prevalecendo na sua maioria as causas externas, nomeadamente o comportamento alimentar e a exercitação física. Aqui entra o importante papel dos pais no estilo de vida dos filhos, que sublinho, começa desde a gestação. As escolhas que as mães fazem durante a gravidez e o estilo de vida que levam durante este período - fumar, ganhar peso excessivo, não controlar as diabetes, etc. - influencia muito o futuro do filho no que respeita a ser obeso ou não.
Recentemente, estudiosos do assunto têm apontado a Televisão como um fator externo de grande peso, na medida em que promove o sedentarismo e a má alimentação fomentada pela publicidade de alimentos ricos em açúcar e gorduras, durante a programação infantil.
Dada a gravidade que esta problemática tem apresentado, torna-se urgente a tomada de medidas, para antes de mais, prevenir a ocorrência da mesma. Para tal, é necessário um esforço conjunto entre a família, a escola, o sistema de saúde e a sociedade em geral, no sentido de promover estilos de vida saudáveis e acima de tudo dar o exemplo às crianças, porque aqui o ditado "faça o que digo e não faça o que faço" não se aplica, pois o comportamento dos país - mais propriamente o estilo de vida - irá certamente gerar ou condicionar o dos filhos.
Nota: Este post foi escrito tendo em conta o acordo ortográfico
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