sábado, 29 de janeiro de 2011

Perfis da "Violação correctiva"

Nome: Millicent Gaika
Nacionalidade: Sul-Africana
Idade: 31anos
Orientação Sexual: Homossexual
Vítima de "Violação Correctiva"



  
  Nome: Eudy Simolane
  Nacionalidade: Sul Africana
  Idade: 1977-2008 (31 anos)
  Orientação Sexual: Homossexual
  Vítima mortal de "Violação correctiva"





A única coincidência desses dois perfis é a idade, porque o resto - ser mulher, sul-africana e lésbica - fez com que estas duas mulheres fossem vítimas de "Violação correctiva". Um crime horrendo praticado na África do Sul, como forma de "curar" as lésbicas da sua homossexualidade. Homens (se é que assim podem ser chamados) que tomadas pela ignorância "mascultural" acreditam que violá-las e espancá-las é a solução para que elas parem de achar que são homens.

Eudy Simolane era uma ícone do  futebol sul africano, que em Abril de 2008 foi violada e espancada até a morte, após ter assumido a sua homossexualidade.

Millicent Gaika, é uma sul africana anónima que em meados de 2010 foi espancada e violada durante 5 horas, quando regressava para casa de uma saída com amigos. Ela sobreviveu à agressão e está a dar a conhecer o mundo a sua história, apelando por justiça. Se quiserem assinar a petição que apela por esta justiça façam um clique aqui.

Colocando estas atrocidades por números, na África do Sul em média são reportados por ano cerca de 520 casos de "violação correctiva" , não contabilizando as outras dezenas ou centenas de casos que não são reportados. Para agravar a situação a maioria dos casos que chegam a ser julgados não termina na condenação do agressor. Contrariar deste facto tem vindo a ser uma luta de muitas activistas sul africanas, que através de petições têm tentado chamar a atenção do governo para esta problemática.
Para além desta violação com intuito "correctivo", 25% das mulheres na África do Sul são violadas, sendo que o país chegou a ser denominado de "capital mundial da violação".

Factos como este, assim como muitos outros que acontecem em vários países, principalmente africanos, é que nos fazem questionar o avanço da Humanidade. Se por um lado estamos à anos luz da idade da pedra, em muitos aspectos da nossa vida, ainda existem muitos seres humanos, que sobrevivem (ou morrem) em condições totalmente desumanas e a única crise que continua assolando o mundo é a económica.